terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

HM tem déficit mensal de R$ 210 mil

Uma reunião, na noite de ontem, na Câmara Municipal de Montenegro, tratou da situação do Hospital Montenegro (HM). Proposto pelo vereador Roberto Braatz (PDT), e pelo presidente do Legislativo, José Alfredo Schmitz (PPS), o encontro teve a presença do superintendente do HM Sérgio Machado, da secretária municipal de Saúde de Montenegro Ana Maria Rodrigues, do Promotor de Justiça Especializada Thomas Henrique de Paola Colletto, e foi assistido por vereadores e representantes de entidades ligadas à área da Saúde.


O vereador Schmitz coordenou o debate, explicando que o objetivo era “buscar ações que possam ajudar o Hospital Montenegro”. Braatz, por sua vez, manifestou a intenção de questionar a direção do HM sobre o uso feito pelos repasses dos governos municipal, estadual e federal.

Sergio Machado fez um relato sobre as ações da administração desde a posse, em 2008. “Continuamos com o plano de recuperação proposto no início do nosso trabalho”, afirma. “Já diminuímos o déficit inicial, mas mesmo assim, atualmente o déficit mensal do hospital é de R$ 210 mil”, relata. De acordo com Machado, os motivos são vários: tabela defasada do SUS (Sistema Único de Saúde), municípios que usam os serviços do HM e não contribuem, repasse do Estado em valor insuficiente. “Hoje, o passivo (dívidas) do Hospital Montenegro é de 12 milhões de Reais”, calcula.

A secretária Ana Maria manifestou sua preocupação com os problemas enfrentados pelo HM. “Me preocupo em qualificar a Atenção Básica, que é responsabilidade do município, mas tenho que lembrar que procedimentos de média e alta complexidade são responsabilidade do Estado. E atualmente, uma pessoa que precisa deste tipo de tratamento, tem que esperar numa fila interminável, por muito tempo. Temos que cobrar do Estado”. Ana bateu ainda na mesma tecla de todos: a defasagem da tabela do SUS. “É um absurdo os valores pagos pelo Ministério da Saúde”, opinou.



SECRETÁRIO

O secretário estadual de Saúde, Osmar Terra, esteve em Montenegro no momento em que os funcionários do HM apontavam a possibilidade de paralisação. Ele declarou à imprensa que não sabia da situação do hospital. Machado contesta: “Não é verdade”. Segundo o superintendente, em outubro, uma comissão formada pela diretoria do hospital, prefeito, vice-prefeito, promotoria e Conselho de Saúde esteve na Secretaria de Saúde em Porto Alegre e comunicaram ao secretário a situação do HM, que naquela época já se apresentava preocupante.



SAMU

Uma notícia no final do ano passado causou preocupação a todos os envolvidos com a questão da Saúde Pública em Montenegro: os valores repassados pelo Estado para pagamento dos funcionários do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) teriam sido desviados para pagamento de funcionários do Hospital. Sérgio Machado confirmou. “Naquele momento (22 de dezembro) tínhamos um comunicado do Sindicato dos Funcionários de que, se não pagássemos os salários atrasados, haveria greve. Tomamos a decisão na diretoria: pegamos dinheiro do SAMU e pagamos parte dos salários atrasados”, explicou.



PROMOTORIA

O promotor Thomas Colletto lembra que “o MP (Ministério Público) acompanha a situação do Hospital Montenegro há muito tempo”. Colletto relatou que tem acompanhado a direção do hospital nas reuniões com os credores – BNDES e Banrisul – para a renegociação das dívidas.

O promotor afirmou também que está cobrando dos municípios que utilizam os serviços do HM uma contribuição que foi acertada em reunião feita no mês de junho de 2009. “Ou eles contribuem, ou vão ter que procurar outro hospital”, afirmou.

Colletto ressaltou ainda que já pediu explicações acerca do uso indevido do dinheiro do SAMU. “Queremos saber do município, do hospital e do Estado porque isto aconteceu”.

CONCLUSÃO

No final da reunião, o entendimento de todos é que deve ser formada uma comissão para procurar o Estado, com reivindicações concretas das necessidades do Hospital. Uma nova reunião será feita para a formação deste grupo.

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