terça-feira, 3 de agosto de 2010

Secretária de Saúde do Estado visita Hospital Montenegro

A mobilização para evitar que a situação financeira do Hospital Montenegro se agrave ainda mais continua. Atendendo solicitação do presidente da Câmara de Vereadores, José Alfredo Schmitz (PPS), a Secretária de Saúde do Estado, Arita Bergmann participou, no final da tarde de segunda-feira (2), de reunião no Hospital Montenegro.


Além da Secretária, compareceu o prefeito Percival de Oliveira (PMDB), o promotor de Justiça Thomás Henrique de Paola Colletto, vereadores, Secretária Municipal da Saúde, direção do Hospital, OASE - mantenedora do HM, Conselho Municipal de Saúde e Embaixatrizes.

Na abertura, Schmitz agradeceu a Arita por atender o chamado da Câmara. Explicou que algumas situações preocupam o Legislativo, que recentemente repassou recursos do seu orçamento para recuperação e ampliação da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Com a UTI reaberta, ampliada para dez leitos, mesmo mudando de porte I para II haverá um déficit mensal de 180 mil reais, segundo informações do superintendente do HM, Sérgio Machado.

“Precisamos encontrar um ajuste para que não se acumulem ainda mais dívidas”, comentou Schmitz. Outro problema apresentado pelo vereador foi quanto à suspensão do convênio entre o Hospital e o Estado para o atendimento da Casa da Gestante.

Primeiro a se manifestar, o administrador do Hospital, Sérgio Machado apresentou planilhas relacionando a quantidade de atendimentos e os principais custos operacionais da entidade, que conta atualmente com 285 funcionários atendendo a 155 leitos. Também citou avanços como melhorias no setor de Urgência e Emergência, ampliação e modernização da UTI, ativação dos serviços de fisioterapia e de exames laboratoriais. Revelou ainda a existência de um déficit mensal de 244 mil reais.

O Prefeito Percival de Oliveira destacou que a Prefeitura vem fazendo o impossível com relação ao Hospital, pois no momento 40% dos recursos que ingressam em seus cofres provém da Prefeitura.

A Secretária de Saúde Arita Bergmann iniciou esclarecendo que o Estado vem aplicando muitos recursos no hospital, “mas o importante agora não é olhar para o passado, e sim para o futuro”. Para ela, seria fundamental a mobilização da região para destinar recursos ao HM na Consulta Popular, “uma possível fonte de financiamento”, alertou.

Ela também cobrou do superintendente Sérgio Machado providências quanto às negociações com o IPE (Instituto de Previdência do Estado), visto também como possível fonte de renda. Machado alegou que estaria faltando o plano diretor do Hospital, uma das exigências do Instituto. Arita afirmou que, se existe dificuldade do Hospital neste sentido, a Secretaria do Estado poderia auxiliar na elaboração do projeto.

Quanto à Casa da Gestante, Arita explicou que a verba do Estado, de 40 mil reais, seria para manter atendimento em 20 leitos. Porém, apenas 6% foram ocupados “Se não há demanda não podemos manter os serviços”, explicou, sugerindo mobilização dos prefeitos da região visando a retomada do convênio. Demonstrando interesse, de imediato o prefeito Percival assumiu o compromisso de agendar reunião com os prefeitos que integram a Associação dos Municípios do Vale do Caí - AMVARC

Estado quer ajudar a UTI

Para a Secretária da Saúde do Estado, é imprescindível que seja reaberta a UTI do HM. Porém, não concorda com os valores do déficit, apresentados pela administração. Ela citou como exemplo o hospital de Viamão, que possui UTI do mesmo porte de Montenegro, em que o déficit será de 80 mil reais, diferente dos 184 mil reais alegados pelo Hospital Montenegro.

“A UTI deverá valorizar outras áreas, aumentando a quantidade de atendimento à pacientes com casos mais graves, contribuindo para readquirir sua credibilidade”, observa Arita. Ela ainda se colocou à disposição para revisar o volume do custeio da UTI, apresentado por Machado.

Arita anunciou que irá avaliar a possibilidade do Estado contribuir com até 80 mil reais, para aumentar a capacidade de atendimento da UTI. Também fez a sugestão de que o Hospital obtenha outras fontes de financiamento para seus serviços, além dos recursos públicos. Nesta mesma linha, o promotor de Justiça Thomás Colletto deixou claro que o Hospital precisa avançar na busca de outras fontes de custeio.

Audiência no Banrisul

Outro caminho a ser adotado pelo grupo é tentar a renegociação da dívida com o BNDES. Audiência com a presidência do Banrisul, o agente intermediário, deverá ser marcada pelo prefeito Percival de Oliveira. O Hospital paga 85 mil reais todo mês, parcela descontada automaticamente do repasse do Estado.



Mobilização deve continuar

Na avaliação do vereador José Alfredo Schmitz (PPS), proponente da reunião, o encontro foi positivo e a mobilização deverá continuar. Salienta que a Secretária trouxe números ainda não revelados publicamente. “Não podemos esperar até dezembro quando, historicamente, a situação do Hospital se agrava ainda mais”, conclui Schmitz.

(ACOM Câmara de Montenegro)



falasefatos.com.br

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