domingo, 25 de julho de 2010

Coligação para Governador coloca Percival e Azeredo no mesmo lado

Percival e Azeredo têm que esquecer suas diferenças em nome da coligação PMDB/PDT

Alguns dizem que faz parte da política. Outros torcem o nariz para a situação. Há ainda aqueles indiferentes à questão. A verdade é que a cada dois anos, quando ocorrem as eleições no Brasil, muitos políticos de partidos diferentes, que mantêm certa afinidade, acabam separados pela circunstância. O inverso também acontece, e adversários ferrenhos acabam ocupando os mesmos palanques.
No Rio Grande do Sul, o PMDB uniu-se ao PDT na corrida ao Palácio Piratini. Se em Brasília e outros rincões brasileiros as duas siglas já andam de mãos dadas, o mesmo não se pode dizer de Montenegro. Na última eleição para prefeito, as duas legendas se enfrentaram, e a diferença mínima de votos em favor do peemedebista Percival de Oliveira, aliada ao pedido de cassação impetrado ainda no dia da eleição pelo candidato do PDT Paulo Azeredo acirrou ainda mais os ânimos.
De lá para cá, os lados opostos ficaram nítidos também na Câmara de Vereadores, onde os pedetistas Ari Müller e Roberto Braatz batem de frente com as pretensões do Executivo. Um processo também de ordem eleitoral de Percival contra Azeredo colocou mais gravetos na fogueira que já ardia alta na política local.
Com a coligação PMDB/PDT, uma imagem marcante deverá ser repetida nos palanques montenegrinos. Adversários da campanha anterior estarão lado a lado, falando a mesma língua, tecendo os mesmos elogios, aplaudindo os mesmos discursos. Percival e Azeredo (que já trabalharam juntos antes de se oporem nas urnas) voltam à cena eleitoral como partidários de um mesmo projeto.
Na última sexta-feira, quando os candidatos da coligação estiveram em Montenegro, ambos dividiam espaço na mesa de autoridades. O prefeito e o deputado estadual esquecem suas divergências, encaram seus eleitores e proferem seus discursos, certos de que isto é apenas mais uma das muitas coisas a fazer pela política: mostrar imagem de união.
Em 2008, quando o senador Cristovam Buarque esteve em Montenegro, proferiu uma frase que talvez explique situações como esta. “Os partidos políticos brasileiros há muito tempo esqueceram suas ideologias”.

Matéria publicada no jornal O Progresso 



Um comentário:

  1. É com situações como essa que a política fica cada vez mais nojenta!!!!

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