terça-feira, 25 de maio de 2010

Obra do conduto pode parar na Justiça

A reunião para tratar da obra do conduto do Arroio Montenegro, ocorrida na noite desta terça-feira, 25, teve acusações, ameaças e desabafos. Presentes representantes do Executivo, diretor da empreiteira e, na platéia, pessoas prejudicadas pelo andamento das obras. Prefeitura vai recuperar a trafegabilidade da Rua Capitão Porfírio até que o impasse com o empreiteiro seja resolvido.


“O contrato é meu, a obra é minha. Se eu quiser, eu paraliso ela por dez anos”, ameaçou Gilvan de Oliveira, diretor da O & A, empresa responsável pela obra. O Procurador Geral do Município, Marcelo Rodrigues reagiu: “vamos notificar a empreiteira para concluir a obra, se não fizer, a Prefeitura faz e vamos discutir por dez anos a questão do pagamento”.

Foi nestes termos o encontro proposto pelo vereador Marcelo Cardona (PP) para debater a situação da obra do conduto do Arroio Montenegro. No plenário, moradores e comerciantes da Rua Capitão Porfírio, principal via atingida pela obra, reclamaram que a Prefeitura não esclarecia de vez a situação e os motivos da demora em começar a pavimentação. O vice-prefeito Marcos Griebeler, acompanhado do procurador, do engenheiro Marcio Santos e do diretor financeiro da Prefeitura, tentavam responder às queixas.

Atraso

Cardona lembrou que já era a quinta reunião para tratar do assunto. “Na última, em novembro, foram assumidos vários compromissos que não foram cumpridos”, assinalou. O vereador destacou ainda que a obra começou há 13 meses, sendo que a previsão inicial era para sete meses.

Por parte da Administração Municipal, Griebeler explicou que o atraso, no momento, se devia ao fato de atraso no pagamento do empreiteiro. “A importação de terra que ele teve que fazer para o último trecho e os poços de visitas não estavam previsto no projeto original. Ele fez mesmo assim, depois nós aprovamos o aditivo, só que a Caixa Econômica Federal (CEF) ainda não aprovou o pagamento. E ele diz que enquanto não receber não pode dar andamento na pavimentação”, explanou.

Gilvan de Oliveira, após ouvir a todas as reclamações e explicações, procurou ser claro: “Enquanto eu não receber os 400 mil Reais da parte que eu já fiz, enquanto eu não tiver certeza de que forma vou receber pelo asfalto, eu não começo o asfaltamento”. Diante das manifestações, ele explicou. “Em novembro do ano passado foi visto a necessidade de colocação de poços de vigia. Logo depois vimos que a terra do último trecho da obra (entre as ruas Osvaldo Aranha e Santos Dumont) não era boa, aceitamos tocar a obra enquanto a Prefeitura buscava a aprovação da Câmara para o aditivo. São 400 mil Reais que eu tenho para receber há seis meses”.

Os representantes do Executivo concordaram que está havendo atraso na liberação por parte da CEF, mas Marcelo Rodrigues foi enfático: “O interesse público se sobrepõe ao interesse privado. Por isto entendo que a obra não pode ficar paralisada”. Mesmo com a afirmativa do vice-prefeito, de que estão usando o bom senso para não cair em processo judicial, o procurador do município frisou: ”vamos notificar a empreiteira para que continue as obras, se não a Prefeitura vai fazer e descontar dele depois”.


Manutenção

A principal reclamação dos moradores é em relação às condições da via. Marcelo Cardona lembrou que na reunião de novembro a Administração havia se comprometido a fiscalizar a manutenção de trafegabilidade das ruas José Luis e Capitão Cruz. “Será que não dá para colocar uma brita naquele barro?”, questionou uma moradora. Segundo Marcos Griebeler, a Prefeitura não pode interferir no andamento da obra, porém, acabou cedendo à pressão. Marcelo Rodrigues mais uma vez confrontou o empreiteiro. “Se a empreiteira não fizer, nós (prefeitura) faremos e cobramos depois”.


Pagamento

De acordo com o engenheiro Marcio Santos, o engenheiro da CEF, responsável pela aprovação da verba, estaria empenhado em liberar os 400 mil Reais ainda nesta semana. Mas Gilvan mais uma vez foi claro: “Além do atrasado, eu vou querer garantia de que vou receber pelo asfalto, antes de começar os trabalhos”. Diante das reclamações e acusações de que sua empresa não teria condições de fazer a obra, Gilvan desabafou: “estou cansado de ser ofendido!” e desafiou: “alguém me aponte uma empresa que pode esperar seis meses para receber 400 mil reais”. O silêncio da platéia foi a resposta.


falasefatos.com.br

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